O uso da palavra “colaboradores” em vez de “empregados” ou “trabalhadores” é, muitas vezes, um engodo emocional e sedutor — uma escolha linguística carregada de intenção estratégica, que vai muito além da semântica.
O engodo emocional: o que está por trás de “colaboradores”
A nomenclatura “colaboradores” é usada para suavizar e embelezar a relação laboral.
🫱🫲 1. Ilusão de parceria
– A palavra sugere que todos estão no mesmo nível, colaborando para um objetivo comum.
– Na prática, a hierarquia e subordinação continuam a existir, mas são disfarçadas por uma linguagem mais amigável.
– “Colaborador” soa mais positivo, envolvente e valorizador.
– É uma forma de seduzir emocionalmente o trabalhador, fazendo-o sentir-se parte de algo maior — mesmo que as condições reais não reflitam essa inclusão.
– As empresas usam o termo para reforçar uma cultura organizacional moderna, centrada em valores como cooperação, inovação e bem-estar.
– É uma forma de marketing interno e externo, que melhora a perceção da empresa sem necessariamente alterar práticas laborais.
Comparação com “empregado” e “trabalhador”
Usar “colaborador” pode ser visto como uma forma de gestão simbólica, onde a linguagem serve para controlar perceções e reduzir tensões laborais. É uma espécie de cosmética corporativa: muda-se o rótulo, mas nem sempre o conteúdo.
Gorete Pimentel
Sempre Juntos

